12 Citações de Spurgeon para os pais, mesmo que o momento pareça difícil




Por Christian George 25 de julho de 2017

Susannah Thompson não se casou com Charles Spurgeon por sua riqueza, classe, roupa ou aparência. De fato, o "cabelo longo e mal cortado" do pregador do país a divertiu.

Tampouco se casou com Charles, porque ele tinha maneiras educadas, poder no púlpito ou qualquer tipo de eloquência. Na verdade, ela pensou que "sua maneira e seu discurso contabilizados despertavam mais arrependimento do que a reverência".

Mas perto do fim de sua vida, Susannah olhou para o seu casamento e concluiu:

"É apenas por misericórdia que nossas vidas não são deixadas para nós mesmos planejarmos, mas que o nosso Pai escolhe para nós; do contrário nós poderíamos virar as costas para as maiores bênçãos, e afastar de nós os melhores e mais amorosos dons da Sua providência".

Com seus vinte e poucos anos, Susannah e seu marido levaram o peso do mundo nos ombros. Charles tornou-se um nome familiar na Inglaterra e na América. Susannah apoiou seus ministérios, editou seus livros e até o ajudou a delinear seus sermões.

Como a esposa do pastor da maior igreja protestante do mundo, todos os olhos estavam em Susannah. O Príncipe dos Pregadores não iria longe sem a sua princesa. Esperava-se que Susannah fosse uma super-mulher espiritual - uma mãe e esposa vitoriana.

Charles e Susannah Spurgeon eram um casal poderoso. Mas seu poder veio de Jesus Cristo, não de alguma outra coisa.
Além dos encargos do ministério, os Spurgeons também enfrentaram escrutínio público, críticas na imprensa e tremendas doenças físicas e mentais, enquanto criavam filhos gêmeos Charles e Thomas.

Como o casal lidava com a pressão de ser pais perfeitos?
Aqui estão doze citações de Spurgeon para os pais, mesmo que o momento pareça difícil:

1. "Treine seu filho na maneira como você sabe que deveria ter sido treinado".

2. "Ensine as crianças aos três "R" - Ruína, Redenção e Regeneração".

3. "Note suas primeiras e poucas orações".

4. "Que nenhum pai cristão caia na ilusão de que a Escola Dominical se destina a aliviá-los de seus deveres pessoais".

5. "Deixe-nos desde o início misturar o nome de Jesus com seus A B C. Deixe-os ler suas primeiras lições da Bíblia".

6. "Que benção para nossos filhos, se eles se alistassem no exército de Cristo!"

7. "Diga à criança que ele está morto em ofensas e pecados, que não haja dúvidas sobre sua condição natural".

8. "Se nunca tivermos dores de cabeça ao repreender nossos filhos, teremos muitos sofrimentos quando crescerem".

9. "Ensine os pequenos a toda a verdade e nada além da verdade".

10. "Diga-lhe que ele deve nascer de novo. . . Seja delicado, mas verdadeiro ".

11. "Reunir os pequenos ao redor e de joelhos ouvir suas palavras, aconselhando em suas necessidades e lembrando-lhes da graciosa promessa de Deus".

12. "Defina antes do seu filho o que é vida e morte, inferno e céu, julgamento e misericórdia, seu próprio pecado e o sangue precioso de Cristo".

Uma Palavra Final
Por vezes, quando os pais atravessarem por momentos difíceis, saiba disso: você não anda sozinho. Deus vai atrás de você, antes de você, e ao seu lado.

Se você sentir que você falhou em parentes, Spurgeon também tem uma palavra para você:

"Alguns dos piores homens foram filhos de pais piedosos".
Em última análise, todas as crianças pertencem a Deus - especialmente aqueles que perderam o caminho. Deus não desiste de seus filhos e filhas pródigos. Nem nós deveríamos.

Originalmente publicado por: spurgeon.org
Tradução: Alan Paz

11 Razões da depressão de Spurgeon


Por Christian George 11 de julho de 2017

Um artista tentou pintar um retrato de Charles Spurgeon. Depois de muita frustração, ele disse: "Eu não posso pintar você. Seu rosto é diferente todos os dias. Você nunca é o mesmo."

Com certeza, o pregador mais popular da era Vitoriana também foi um dos mais sobrecarregados.

Spurgeon possuía mais de trinta livros sobre saúde mental. Ele leu sobre depressão, escreveu sobre depressão e sofria de depressão. As cartas de Spurgeon contêm inúmeras referências ao seu espírito afundando. Ele muitas vezes se chamava de "prisioneiro" e chorava sem saber por quê.

"Eu tenho pena de um cachorro se ele tiver que sofrer o que eu sofro".
Alguns biógrafos alegaram que Spurgeon sofreu de transtorno bipolar, oscilando entre altos e baixos, produtividade e incapacidade. Outros acreditavam que seus "desmaios" também foram causados ​​por um desequilíbrio químico no cérebro.

Dr. Anil Den, um psiquiatra em Londres, afirmou que a depressão de Spurgeon era endógena, e se ele estivesse vivo hoje, ele seria tratado com remédios.

A melhor pesquisa de doutorado sobre a depressão de Spurgeon é do Dr. Brian Albert, que observou que os médicos de Spurgeon, Joseph Kidd, R. M. Miller e Russell Reynolds, acreditavam que a razão para a depressão do pastor era "pressão adicional dos cuidados e trabalho".

A esposa de Spurgeon acreditava que o tempo afetou sua estabilidade mental. "Dias maçantes o aborreciam e o deprimiram", escreveu ela.

A depressão de Spurgeon era apenas um problema espiritual? Spurgeon não pensou assim. Ele reconheceu como "doença da alma", mas também entendeu que o cérebro é tão responsável quanto o corpo. Se o corpo precisa de remédio, por que não a mente? "Não é o arrependimento", especulou ele, "mas indigestão ou alguma outra agência maligna deprimindo o espírito".
"O homem com problemas experimenta um bom negócio, não porque ele seja cristão, mas porque ele é um homem, um homem doentio, um homem inclinado à melancolia".
Os vitorianos não tinham uma compreensão moderna da saúde mental.
Eles consideravam a depressão como uma desordem em vez de uma doença e acreditavam que cada pessoa poderia ser curada. O tratamento mais comum para casos graves foi a admissão em asilos públicos (a primeira igreja de Spurgeon em Londres estava localizada ao lado de um "asilo para lunáticos").
"Não pense que você deixará de ser espiritual por se lembrar que você possui um corpo. O médico é frequentemente tão necessário quanto um ministro ".

Diagnosticar os mortos não é fácil nem completamente exato. Mas no caso de Charles Spurgeon, vale a pena tentar.

Por que Spurgeon tinha depressão? Aqui estão alguns motivos retirados dos seus próprios escritos:

1. Desequilíbrio químico

"A mente pode descer muito mais do que o corpo, pois existem poços sem fundo".
"Alguns são tocados com melancolia por causa do nascimento".

2. Doença

"Fiquei muito doente por mais de cinco semanas, e durante esse tempo eu fui trazido para águas profundas da depressão mental".
"Um fígado lento produzirá a maioria desses medos temíveis, que estamos tão preparados para considerar emoções espirituais".

3. Trauma

"Há as masmorras sob o Castelo do Desespero tão triste como as moradas dos perdidos, e alguns de nós estiveram neles" (no contexto do Surrey Garden Music Hall Disaster de 1856).

4. Solidão

"Esta solidão, que, se eu me equivoco, é sentida por muitos dos meus irmãos, é uma fonte fértil de depressão".

5. Aumento do esforço mental

"Todo trabalho mental tende a cansar e a deprimir, pois muito estudo é um cansaço da carne"

"Eu ainda não posso me libertar de ataques de depressão profunda, que são o resultado de cansaço mental; Mas estou tendo-os com menos frequência e, portanto, espero que eles desapareçam completamente ".

6. Falha

"Com frequência alguns de nós, nos sentimos abalados e temos passado a noite, por estar ciente de pequenas falhas em nosso testemunho! Freqüentemente desejamos voltar correndo para o púlpito novamente para dizer mais uma vez com mais veemência o que dissemos de maneira tão fria!

7. Clima

"Vivendo em uma série ininterrupta de dias de verão, onde nenhuma névoa fria é sonhada, não é maravilhoso que as dores reumáticas voem para longe e a depressão do espírito se afasta."

8. Convicção

"Muitas vezes me pergunto, até o dia de hoje, como foi que minha mão foi mantida de despedaçar meu próprio corpo através da terrível agonia que senti quando descobri a grandeza da minha transgressão".

9. Nervosismo 

"Para minha grande tristeza, no domingo passado, não consegui pregar. Eu tinha preparado um sermão sobre este texto, com muita esperança de sua utilidade; Pois eu pretendia ser um suplemento ao sermão da manhã, que era uma exposição doutrinária. O sermão noturno pretendia ser prático e elogiar todo o assunto à atenção dos pecadores inquiridos. Cheguei aqui, me sentindo bem apto para pregar, quando um nervosismo irresistível me oprimiu, e perdi todo autocontrole, e deixei o púlpito com angústia ".

10. Controvérsia

"Não posso dizer por carta o que sofri na deserção dos meus próprios homens".

"Eu sofri o suficiente por uma vida daqueles que eu vivi para servir".

11. Crítica

Charles Spurgeon "é uma maravilha de nove dias, um cometa que de repente atingiu a atmosfera religiosa. Ele subiu como um foguete, e logo morrerá como um bastão "(The Sheffield e Rotherham Independent, 28 de abril de 1855)

Uma Palavra Final

A depressão de Spurgeon não impediu seu ministério, de fato o ajudou.

Os vários semblantes de Spurgeon podem ter frustrado o artista tentando pintar seu retrato, mas eles também deram ao pastor uma empatia multifacetada pelos problemas enfrentados por seu rebanho. Essa é uma razão pela qual Spurgeon foi "o pregador do povo".

Spurgeon chamou sua depressão de "um profeta em roupas ásperas". Sua fraqueza lembrou-lhe que, como seres humanos, todos nós somos projetados a partir de poeira.

"Quanto a doenças mentais, qualquer homem é completamente são? Nós não estamos todos um pouco fora do equilíbrio? "
Como em Spurgeon, que a força de Deus seja destacada na sombra de nossos sofrimentos.

Originalmente publicado por: spurgeon.org

Uma resposta aos que "profetizam" avivamento



Não haverá avivamento! Pois a Palavra é a única forma para que os ossos secos voltem à vida, mas a Igreja brasileira não sabe mais o que é a mensagem do Evangelho. A Mensagem foi substituída por entretenimento, emocionalismo e auto-ajuda. A teologia da prosperidade dominou os corações dos pregadores brasileiros, os comerciantes da fé transformaram os templos em COVIS de ladrões, os cultos evangélicos estão cheios de praticas misticas semelhantes a umbanda e o candomblé, nossos panfletos de "evangelismo" mais parecem cardápios religiosos (um bom atrativo de interesseiros), a Igreja  está minada de homens que se intitulam "profetas, apóstolos, ungidos, levitas", mas nenhum há semelhança de Cristo. Esses homens profetizam "avivamento" enquanto a Igreja está  clamando por pão. Como escreveu Augustus Nicodemus: "Há muito show, muita musica, muito louvor, mas pouco ensino bíblico. Nunca os evangélicos cantaram tanto e nunca foram tão analfabetos de Bíblia. Nunca ouve tantos animadores de auditório e tão poucos pregadores da Palavra de Deus. Quando o Espírito de Deus está agindo de fato, Ele desperta o povo de Deus a Palavra." Enquanto á nós, nos resta "confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça." 1 João 1:9
Assim voltaremos A Vida!


Por: Alan Paz

De volta a Idade das Trevas





O ano era 1517 e "por amor à verdade e no empenho de elucidá-la," o Dr. Martinho Lutero pregou na porta da igreja de Wittenberg suas 95 teses, como forma de  debate para o esclarecimento do valor das indulgências. Quinhentos anos se passaram e estamos vendo a teologia da prosperidade nos púlpitos evangélicos, com uma proposta semelhante a das indulgências, semelhante pois ambas têm a mesma raiz: a ganância do coração humano.
Lutero escreveu:

"62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63. Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.

64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.

65. Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.

66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens."

As indulgências voltaram e sua mensagem foi modernizada, ela não mais barganha o Paraíso Celestial, perdão de pecados ou o livramento das almas do purgatório, mas a aquisição de um paraíso terreno, tornando seus adeptos os mais miseráveis dessa terra! (1 Cor 15.19)

Infelizmente a história se repete e novamente estamos vivendo à Idade das Trevas, da ganância e de Mamon.

Talvez alguém diga:

- Precisamos de uma nova reforma!

Eu contra-argumento: é melhor voltarmos à antiga Reforma, onde o Evangelho era a  simples, porém poderosa "boas novas do Senhor".

Somente a graça, somente a fé, somente Cristo, somente a Escritura, somente à Deus a glória!

Amém.

Por: Alan Paz

Os 10 mandamentos dos pregadores da prosperidade



1. Alcance suas vítimas através da ganância, diga que elas merecem ser abençoadas, afinal são filhos de Deus! A ignorância bíblica não os deixará ver o quanto estão sendo enganados.

2. Seja carismático, aparente sinceridade e não tenha vergonha de dissimular.

3. Não prometa nada, nunca! Diga que tudo o que você falou está na Bíblia e que Deus prometeu, ninguém irá procurar.

4. Use a verdade de que Deus abençoa quem é generoso, porém minta que isso obriga à Deus a pagá-los de volta.

5. Ofereça soluções rápidas para a vida de suas vítimas, quer dizer, ouvintes... Produza um show na hora da reunião, milagres e testemunhos, ninguém questionará se são legítimos, "o que importa é o avivamento."

6. Desafie a fé de suas vítimas para ofertar a maior quantia possível, diga que é para Deus; explore suas emoções assim alcançará suas economias!

7. Se esconda atrás de títulos, tais como levita, profeta, apóstolo etc. Seja criativo, quanto maior, melhor!

8. Mostre que a “autoridade” e o “poder” de Deus está sobre você para repreender o “mal”.

9. Não fique nervoso quando alguém sincero se opor as suas práticas, sempre haverá quem te defenda! Dirão: "Porque somos pecadores e não devemos julgar e muito menos tocar no ungido do Senhor!"

10. Faça tudo em nome de Jesus, isso é fundamental!

Creio que a maioria das vítimas dos lobos da teologia da prosperidade (talvez todas) não são ovelhas do rebanho Celestial e sim bodes avarentos. As ovelhas conhecem a voz do seu Pastor.

Por: Alan Paz

Conheça a história do hino "SOU FELIZ", 398 do Cantor Cristão!



Este hino foi escrito por Horatio G.Spafford um advogado de Chicago.

Você deve estar pensando que para escrever um hino com o título de “Sou Feliz”, o autor devia ser um homem rico e estava passando por um momento maravilhoso e com tudo dando certo em sua vida, mas esta frase: “...se dor a mais forte sofrer...sou feliz com Jesus”, mostra algo totalmente diferente. Eis a verdadeira história: Horatio Gates Spafford (1828-1888), casou-se com uma jovem chamada Anna Tuben Larssen.
Em 1870, Horatio e Anna Spafford já tinham um filho (Chamado Horatio) e 3 filhas (chamadas Annie, Maggie e Bessie), mais tarde teria uma outra filha chamada Tanetta. Neste mesmo ano, 1870, seu filho de apenas 4 anos, morreu em consequência de uma febre muito forte e a família Spafford sofreu seu primeiro impacto.
No dia 9 de outubro de 1871 acontece um dos maiores incêndios da história dos EUA. Este incêndio matou cerca de 250 pessoas e deixando quase 90.000 pessoas desabrigadas. Horatio teve uma grande perda financeira por causa do incêndio que destruiu cerca de um terço da cidade, mesmo assim, ele e sua esposa trabalharam intensamente durante 2 anos ajudando as vítimas a reestruturarem suas vidas. Horatio era amigo do grande evangelista Dwight L. Moody, que também morava em Chicago em 1873 Horatio e sua esposa decidiram ir até a Europa, onde iriam encontrar  Dwight L.Moody em uma de suas cruzadas evangelísticas. Planejavam também visitar a Europa continental. Toda a família viajou para nova York para então pegar o navio. Mas um compromisso no último momento o impediu de viajar. Então ele enviou sua esposa e suas 4 filhas na frente, no navio S.S. Ville Du Havre. Ele iria encontrá-las assim que pudesse. Então no final de novembro de 1873 o navio partiu para a Europa com a Anna, as 4 filhas do casal e mais aproximadamente 310 passageiros. E Horatio voltou para Chicago. Então acontece uma tragédia. Na madrugada do dia 22 de novembro de 1873 no Atlântico norte, o navio em que a família de Horatio estava, se chocou com um outro navio inglês e afundou em apenas 12 minutos, 226 pessoas morreram neste naufrágio, incluindo as 4 filhas de Horatio. Somente 90 pessoas sobreviveram, entre elas, Anna Spafford. Logo que chegou a um lugar seguro, após ter sido resgatada,

Anna enviou um bilhete, no dia 01 de dezembro de 1873, para seu marido com uma triste mensagem: “Salva, porém só”.
Imediatamente Horatio pegou um navio e foi ao encontro de sua esposa. Em um momento de sua viagem, Spafford foi avisado que estava passando perto do local onde suas filhas haviam morrido no acidente, e se sentiu profundamente comovido. Ele então voltou para sua cabine e começou a escrever: “Se paz a mais doce me deres gozar/ se dor a mais forte sofrer/ oh seja o que for, tu me fazes saber/ que feliz com Jesus sempre sou”
Este hino foi escrito em um momento de muita dor, mas ao mesmo tempo em um momento em que ele pode sentir o conforto da paz que está acima de todo o entendimento humano, que só Cristo pode dar. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14.27)
Letra:

1- Se paz a mais doce me deres gozar,

Se dor a mais forte sofrer,

Oh, seja o que for, tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou!

Sou feliz com Jesus!

Sou feliz com Jesus, meu Senhor!

2- Embora me assalte o cruel Satanás,

E ataque com vis tentações,

Oh, certo eu estou, apesar de aflições,

Que feliz eu serei com Jesus!

3- Meu triste pecado, por meu Salvador,

Foi pago de um modo cabal;

Valeu-me o Senhor, oh, mercê sem igual!

Sou feliz! Graças dou a Jesus!

4- A Vinda eu anseio do meu Salvador;

Em breve virá me levar

Ao céu, onde vou para sempre morar

Com remidos na luz do Senhor

Posso ou não posso julgar?




“Não julgueis, para que não sejais julgados.” Mais uma das clássicas declarações usadas sem ser observado o contexto imediato, que, por conseguinte se torna um dos jargões proferidos por muitos cristãos, que muitas vezes em sua sinceridade acreditam ser verdade. No entanto podemos ou não podemos julgar? Para responder essa pergunta, vamos analisar a totalidade do discurso feito por Jesus!
Nos primeiros versículos de Mateus 7, Jesus fala sobre a severidade do julgamento e não da atitude de julgar, “e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” é certo que, todo o julgamento que você fizer se torna a diretriz para seu próprio julgamento.
E nos versos a seguir Jesus usou uma figura de linguagem condenando o julgamento hipócrita:
“E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mateus 7; 2-5
Fica claro que nestes versos o Mestre não está proibindo o julgamento, mas sim o espírito de acusação, de pessoas que esquecendo que todos somos pecadores, procuram defeitos em outras pessoas sem olhar para suas próprias falhas, assumindo o papel de juiz supremo em relação aos pecados dos outros. Podemos julgar, censurar, discernir e examinar, no sentido de avaliar comportamentos e atitudes que não estão de acordo com a conduta cristã, porém usando de compaixão com as pessoas. Devemos julgar de forma bíblica “não julgando segundo a aparência, mas segundo a reta justiça”. João 7:24  Não sendo ingênuos com o pecado, discernindo tudo. 1 Coríntios 2:15
Quando tivermos de corrigir alguém em qualquer situação, devemos corrigir com expectativa de mudança, como um bom médico, em busca da cura de seu paciente.

Por: Alan Paz


A Teologia da Ignorância

“A letra mata, mas o Espírito vivifica”
Certamente você já ouviu essa frase em algum “sermão” ou em qualquer rodinha de conversa, principalmente se você for pentecostal. Algumas pessoas usam o texto da primeira carta de Paulo aos Coríntios capitulo 3 e versículo 6 para argumentar que o estudo da Escritura é perigoso e inútil para a espiritualidade. Perigoso (dizem os defensores dessa questão), pois “esfria” a pregação da Palavra de Deus (porquanto a Letra mata) e inútil, uma vez que devemos deixar que o Espírito Santo fale como quer, (já que o Espírito vivifica).  Um argumento desses é um tanto assustador, mas o que Paulo realmente estava querendo dizer a respeito da letra mata, mas o Espírito vivifica? Para isso vamos analisar o contexto imediato do texto citado, nos primeiros versículos do capítulo de numero 3 o apostolo defende-se das difamações que intrusos o acusavam, tentando elevar a si mesmos, “Vós sois a nossa carta” , ou melhor, Paulo não precisava de uma carda de recomendação, pois seu ministério era comprovado pelas vidas transformadas.
“Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, porque já é manifesto que vós sois carta de Cristo” (...)  2 Coríntios 3:1-2
Nos versículos á seguir Paulo fala que sua confiança não é uma autoconfiança, mas uma confiança na capacidade do Espírito de Deus que da poder ao ministério na realidade do Novo Testamento, a Letra mata constitui que a Antiga Aliança produz morte Espiritual, pois a lei (A Letra) só nos mostra a nossa necessidade, mas é incapaz de atender essa necessidade. A grande diferença da Nova Aliança é que ela é superior à antiga, a Nova Aliança é perfeita Pois se aquela primeira aliança fosse perfeita, não seria necessário procurar lugar para outra, (Hebreus 8:6-13)  a  Nova Aliança Deus  se trata do poder que vem do próprio Espírito de Deus permitindo-nos  conhecer e obedecer á Deus. Sim o Espírito nos vivifica no quanto se diz em voltarmos á Deus, provocando Regeneração e Santidade em nossas vidas! A Escritura e somente a Escritura é a nossa regra de fé pratica, usar esse texto para justificar a falta de comprometimento com o estudo da Escritura agrava mais a questão. Os que amam a Deus são aqueles que praticam o que aprendem. João 7:17 , João 14:15  O melhor interprete dO LIVRO é o seu Autor o próprio Espírito que nos vivifica que inspirou homens a escrever a Palavra de Deus e que fala pela Escritura. 
Eu gostaria de concluir esse assunto com uma frase do líder puritano Richard Baxter que diz:
Rejeitar o estudo sob o pretexto da suficiência do Espírito é rejeitar a própria Escritura.

Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por mim mesmo.
João 7:17


Por: Alan Paz

Indicação de leitura - O Livro dos Mártires - John Foxe (1516-1587)


Estou lendo "O Livro dos Mártires" de John Foxe (1516-1587), da editora Mundo Cristão e o texto de Hebreus 12 não sai da minha mente, “homens de que o mundo não era digno.” 
Procuro palavras para descrever como a fé de homens e mulheres, jovens e idosos, doutos e leigos, até mesmo crianças resistiram de tal forma as investidas desses cruéis assassinos, sedentos pelo mal. Homens que (Graças à sua fé) preferiram morrer à negar a mensagem de Cristo, sentenciados, perseguidos, torturados e mortos nas fogueiras de uma igreja corrompida. Que com sua vida selaram seu testemunho pela fé. Com certeza homens de que o mundo não era digno! 
A pergunta que surge ao leitor é: E se fosse comigo? Como me portaria nessa prova de fé? Negaria os princípios de meu Senhor para ter mais alguns momentos de tranquilidade ou abraçaria a estaca e as terríveis chamas por alguns momentos para depois ter uma agradável ceia com Cristo?

"O mártir é uma pessoa submetida à pena de morte pela recusa de renunciar é fé cristã ou a qualquer de seus princípios" (Dicionário Houaiss (2001). Ou seja, (...) não se trata de um assassino-suicida que mata pessoas alheias com intuito de vingar-se ou defender suas ideias. Pelo contrário: o verdadeiro mártir é sempre vítima de agressão e violência. Mark L. Carpenter - Editora Mundo Cristão

E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.

Apocalipse 12:11

Por: Alan Paz


As 95 Teses de Martinho Lutero


 Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé.  
                         





                                                  As 95 Teses de Martinho Lutero


1ª Tese
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.
2ª Tese
E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
3ª Tese
Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.
4ª Tese
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
5ª Tese
O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6ª Tese
O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.
7ª Tese
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
8ª Tese
Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.
9ª Tese
Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema
10ª Tese
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese
Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
12ª Tese
Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese
Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14ª Tese
Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.
15ª Tese
Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.
16ª Tese
Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17ª Tese
Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese
Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese
Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.
20ª Tese
Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.
21ª Tese
Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22ª Tese
Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.
23ª Tese
Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
24ª Tese
Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25ª Tese
Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.
26ª Tese
O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.
27ª Tese
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese
Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29ª Tese
E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.
30ª Tese
Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese
Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
32ª Tese
Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33ª Tese
Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
34ª Tese
Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.
35ª Tese
Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.
36ª Tese
Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37ª Tese
Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese
Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.
39ª Tese
É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.
40ª Tese
O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.
41ª Tese
É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.
42ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
43ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.
44ª Tese
Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.
45ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.
46ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada
48ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.
50ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.
52º Tese
Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.
53ª Tese
São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese
Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.
55ª Tese
A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese
Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.
57ª Tese
Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58ª Tese
Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.
59ª Tese
São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
60ª Tese
Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.
61ª Tese
Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.
62ª Tese
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63ª Tese
Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
64ª Tese
Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese
Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.
66ª Tese
Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.
67ª Tese
As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.
68ª Tese
Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69ª Tese
Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-
70ª Tese
Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.
71ª Tese
Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
72ª Tese
Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.
73ª Tese
Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74ª Tese
Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
75ª Tese
Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.
78 ª Tese
Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.
77ª Tese
Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.
78ª Tese
Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.
79ª Tese
Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.
80ª Tese
Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.
81ª Tese
Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.
82 ª Tese
Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?
83ª Tese
Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?
84ª Tese
Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?
85ª Tese
Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?
86ª Tese
Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
87ª Tese
Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?
88ª Tese
Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.
89ª Tese
Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?
90ª Tese
Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91ª Tese
Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.
92ª Tese
Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.
93ª Tese
Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.
94ª Tese
Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.
95ª Tese
E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.